domingo, julho 14

Costura




Quando te pensei costura
A linha se emaranhou em minha mão
Feito lã e gato enovelados.

Quando te pensei poente
O sol se fez inverno em tua face
Feito frio e agasalho acasalados.

Quando te pensei copo
A água se fez mais límpida em meu olho
Feito gelo e calor emparelhados.

Agora que fazes costura em minh’alma
E lavas minha ternura em teu agasalho
Não há frio nem poente.
Não há limpidez maior em minha face
Nem linha em traçado tão caliente.
Agora que em minh’alma calor fazes.

sábado, julho 6

Luta fugaz


As mãos passeam lentas
por um campo minado
de amor.
Fogueiras acendem-se
e na horizontal
labaredas de paixão ascendem
consumidas em carinhos.
As vozes sussurram dentro da noite
suores escorrem entre corpos.
Sou grito estendido e mão contraída.
És respiração ofegante, aperto mais forte.
Ambos guerrilheiros do amor
empenhados em uma luta
que a tudo exalta
e em um instante morre.