Hoje é necessário paciência para viver. Paciência para não esperar. Para não sofrer, para amenizar a dor daquilo que está posto e não se pode alterar. A paciência se faz necessária para se amar em silêncio. O amor não pode ser pronunciado. Não falar. Não gritar. Hoje se faz necessário não morrer. Mas, morre-se. E hoje é necessário aceitar a vontade de Deus. Hoje é necessário começar a conviver com a ausência de o professor Wanildo que até há 15 dias dava aula, alto, sorridente e feliz. Hoje se mudou para a terra de Deus. Seus colegas tristes, atarantados, não sabem o que fazer, nem mesmo o que pensar. Go in peace, teacher; thanks for your friendship. Às minhas dores, junto mais uma. Paciência!
A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei. Meu fado é o de não saber quase tudo. Sobre o nada eu tenho profundidades. Não tenho conexões com a realidade. Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro. Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas). Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil. Fiquei emocionado. Sou fraco para elogios. MANOEL DE BARROS