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Mostrando postagens de 2010

Away

Sempre poderia não ser. Como são os dias desde a hora que passo pela porta de um ônibus que me leva para onde me fecho entre paredes, janelas de vidros sujos e entre frestas vejo ruas e gentes. Gentes iguais a mim por fora e por dentro tão diferentes diferente com tua saia e trança e calças e paletós dos teus pensamentos, sentimentos que não me são mais, nem me chegam e mesmo assim me cegam o que vai por dentro anuviando os amanheceres e noites madrugadas quase sem fim quando o telefone ao meu lado repousa barulhento infiltrado dos meus pensamentos, dores desejos de voz, abraços pimentas chocolates e cafés.

Sem nome

Um conto: Com o filho morto nos braços uma mulher procura Buda para que este faça reviver seu filho. Buda lhe pede que vá de casa em casa em busca de um grão de mostarda. Mas, os grãos só servirão se vierem de uma casa onde nunca houvera uma perda. A mulher não encontra tal casa. O luto não existe apenas na morte literalmente de alguém. Uma separação, uma ruptura deixa-nos em luto. E assim, vivenciamos choque, negação, raiva, depressão, culpa, ansiedade e aceitação. Não necessariamente nessa ordem ou um de cada vez. No mais das vezes, tudo se mistura e o único remédio é chorar e esperar. O quanto dura e a intensidade de todas essas emoções depende de cada um, suas vivências, temores, fé e esperança. No início o atordoamento. Aquilo não poderia ter acontecido; não comigo que fiz tudo tão certo, tão merecedora que fui, tanto espaço que dei para que a vida fosse vivida e a escolha fosse feita. A escolha foi feita e comunicada. Depois a negação: não, é uma fase, vai passar, não é verdade,...

Bell

Ontem na padaria uma mulher dizia a um rapaz que o que tinha acontecido seria bom porque assim fulana teria um crescimento espiritual. Uns meses atrás uma amiga me emprestou o livro Quem me roubou de mim do Pe. Fábio de Melo. E tá lá, grifado pela minha amiga: "Não é justo que o ser humano passe pelas experiências de calvário sem que delas nasçam experiências de ressurreições". Aprendo a não esperar nada de ninguém. Aprendo a conviver com a mentira, ou como querem, a omissão - um nome menos ruim para a mesma mentira. Há mentira e mentira, todos sabemos. Mentira desnecessária para mim é aquela mentira contada com a desculpa que é para me proteger, me poupar. Quer ferida maior que a mentira? Não sou de porcelana e escolho a mais dura verdade à mais suave mentira. Mentira para me poupar é a mentira que me tira a dignidade, que não respeita o que sou nem o que construo nas relações. É jogar na minha cara o quão me acham idiota. A mentira é sempre uma agressão ao outro, desprezo ...

Not now

Quando puder, escreverei. Agora, não. Agora letras teimosas insistem em palavras que não quero sentir. Quando puder, escreverei. Agora, não. Agora palavras quero esquecer preciso amontoá-las em sacos pretos à espera do caminhão. Quando puder, escreverei. Agora, não. Agora quero criar pontas de asas. Quando puder, voarei. Como já voei, caí e levantei. Agora, não. Quando puder.

FOME COME

Na abertura da XII MARCO - Mostra de Artes, Ciências e Conhecimento das Escolas Municipais de Natal, o Coral Som da Terra, formado por professores da Rede Municipal de Ensino, apresentou e encantou a todos. Uma das músicas brilhantemente apresentada foi a deste clipe do Grupo Palavra Cantada (o vídeo é com esse grupo).

Cross road

"Tentar dobrar, em vão, tentar abalar as velhas, rijas barras, impossíveis de mover? Elas não se esticarão, não se quebrarão, pois, as barras estão rebitadas e forjadas dentro de mim e não ruirão enquanto eu não ruir também." Gustaf Fröding - poeta sueco(1860-1911)

Why????????

Hoje é necessário paciência para viver. Paciência para não esperar. Para não sofrer, para amenizar a dor daquilo que está posto e não se pode alterar. A paciência se faz necessária para se amar em silêncio. O amor não pode ser pronunciado. Não falar. Não gritar. Hoje se faz necessário não morrer. Mas, morre-se. E hoje é necessário aceitar a vontade de Deus. Hoje é necessário começar a conviver com a ausência de o professor Wanildo que até há 15 dias dava aula, alto, sorridente e feliz. Hoje se mudou para a terra de Deus. Seus colegas tristes, atarantados, não sabem o que fazer, nem mesmo o que pensar. Go in peace, teacher; thanks for your friendship. Às minhas dores, junto mais uma. Paciência!

Tudo por enquanto sempre

"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar Que tudo era pra sempre, sem saber, que o pra sempre Sempre acaba..." Agora estou de volta pra casa. Casulo.

Diez

Hemos perdido aun este crepúsculo. Nadie nos vio esta tarde com las manos unidas mientras la noche azul caía sobre el mundo. He visto desde mi ventana la fiesta del poniente em los cerros lejanos. A veces como uma moneda se encendía um pedazo de sol entre mis manos. Yo te recordaba com el alma apretada de esa tristeza que tu me conoces. Entonces, dónde estabas? Entre qué gentes? Diciendo qué palabras? Por qué se me vendrá todo el amor de golpe cuando me siento triste, y te siento lejana? Cayó el libro que siempre se toma em el crespúsculo, y como um perro herido rodo a mis pies mi capa. Siempre, siempre te alejas em las tardes hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas. (Veinte poemas de amor y una canción desesperada - Pablo Neruda)

Insônia

Agora que você se vai partem-se todos os cristais através dos quais eu via e vivia o mundo.

Dezoito

Aquí te amo. Em los oscuros pinos se desenreda el viento. Fosforece la luna sobre las aguas errantes. Andan días iguales perseguiéndose. Se deciñe la niebla em danzantes figuras. Uma gaviota de plata se descuelga del ocaso. A veces uma vela. Altas, altas estrellas. O la cruz negra de um barco. Solo. A veces amanezco, y hasta mi alma está húmeda. Suena, resuena el mar lejano. Este es um puerto. Aquí te amo. Aquí te amo y em vano te oculta el horizonte. Te estoy amando aún entre estas frias cosas. A veces van mis besos em esos barcos graves, que corren por el mar hacia donde no llegan. Ya me veo olvidado como estas viejas anclas. Son más tristes los muelles cuando atraca la tarde. Se fatiga mi vida inúltimente hambrienta. Amo lo que no tengo. Estás tu tan distante. Mi hastío forcejea com los lentos crepúsculos. Pero la noche llega y comieza a cantarme. La luna hace girar su rodage de sueño. Me miran com tus ojos las estrellas más grandes. Y como yo te amo, los pinos en el viento, quieren...