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Mostrando postagens de outubro, 2010

Away

Sempre poderia não ser. Como são os dias desde a hora que passo pela porta de um ônibus que me leva para onde me fecho entre paredes, janelas de vidros sujos e entre frestas vejo ruas e gentes. Gentes iguais a mim por fora e por dentro tão diferentes diferente com tua saia e trança e calças e paletós dos teus pensamentos, sentimentos que não me são mais, nem me chegam e mesmo assim me cegam o que vai por dentro anuviando os amanheceres e noites madrugadas quase sem fim quando o telefone ao meu lado repousa barulhento infiltrado dos meus pensamentos, dores desejos de voz, abraços pimentas chocolates e cafés.

Sem nome

Um conto: Com o filho morto nos braços uma mulher procura Buda para que este faça reviver seu filho. Buda lhe pede que vá de casa em casa em busca de um grão de mostarda. Mas, os grãos só servirão se vierem de uma casa onde nunca houvera uma perda. A mulher não encontra tal casa. O luto não existe apenas na morte literalmente de alguém. Uma separação, uma ruptura deixa-nos em luto. E assim, vivenciamos choque, negação, raiva, depressão, culpa, ansiedade e aceitação. Não necessariamente nessa ordem ou um de cada vez. No mais das vezes, tudo se mistura e o único remédio é chorar e esperar. O quanto dura e a intensidade de todas essas emoções depende de cada um, suas vivências, temores, fé e esperança. No início o atordoamento. Aquilo não poderia ter acontecido; não comigo que fiz tudo tão certo, tão merecedora que fui, tanto espaço que dei para que a vida fosse vivida e a escolha fosse feita. A escolha foi feita e comunicada. Depois a negação: não, é uma fase, vai passar, não é verdade,...