Quem se atreve a ler o que aqui escrevo muitas vezes se admira e me diz que tenho algum dom. Alguns acham que a inspiração mora ao lado e basta um estalar de dedos e SHAZAM!!!!!!. Quem dera! Essas letras contêm muito mais expiração do que inspiração. Desde o início da semana que fiquei pensando sobre o que escreveria. Qual estória contaria hoje. Na cabeça comecei várias e no meio dos ônibus atravessando a cidade elas se perderam, misturaram-se aos diversos papéis que pelas minhas mãos passaram - até mesmo a leitura de um livro me atrasou, ainda que tenha ficado tentada a escrever sobre ele! Uma das estórias poderia ter sido sobre alguns personagens de revistas em quadrinhos, pois eu e uma amiga conversávamos sobre a turma do Zé Colméia e ela me contava que tinha pena do Catatau, pois ele sempre pagava todos os micos, sendo apontando como responsável pelas espertezas do chefe em sua ânsia de levar vantagem em tudo. E olha que o Zé Colméia não foi uma criação baseada no brasileiro, mesmo...
A poesia está guardada nas palavras — é tudo que eu sei. Meu fado é o de não saber quase tudo. Sobre o nada eu tenho profundidades. Não tenho conexões com a realidade. Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro. Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas). Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil. Fiquei emocionado. Sou fraco para elogios. MANOEL DE BARROS