quarta-feira, outubro 13

Away

Sempre poderia não ser.
Como são os dias desde a hora que passo
pela porta de um ônibus que me leva
para onde me fecho entre paredes,
janelas de vidros sujos
e entre frestas vejo ruas e gentes.
Gentes iguais a mim por fora
e por dentro tão diferentes
diferente com tua saia e trança
e calças e paletós
dos teus pensamentos, sentimentos
que não me são mais, nem me chegam
e mesmo assim me cegam
o que vai por dentro
anuviando os amanheceres e noites
madrugadas quase sem fim
quando o telefone ao meu lado
repousa barulhento infiltrado
dos meus pensamentos, dores
desejos de voz, abraços
pimentas chocolates e cafés.

2 comentários:

Ivana Lucena disse...

Identifiquei-me nessas palavras.Que lindo poema, tão pessoal, sensível e revelador. Um grande abraço.

Anônimo disse...

Sorvo meu café amargo em vazios braços que gritam por presenças
num tempo que parece sem um fim
ou que está só a fim de me fazer
revelar minhas outras faces que
carrego nas ruas esquadrinhas da minha alma e que estranhamente trasitam a esmo pelas avenidas da minha mente, varando os dias, as horas e o tempo.
EdNice, sua poesia é força que faz
levitar. Parabéns pelo lindo blog!
http://bollog.wordpress.com

Sucesso mil, José Maria Cavalcanti.