sexta-feira, maio 29

Pra DedÉU

Faz tempo que deixei de acreditar em inferno nos termos religiosos.
Da Divina Comédia não sei o suficiente para dizer que acredito no inferno dantesco. Possivelmente.
Mas, que na vida tem um bocado de aperreio, ah, isso tem!
Os que nós provocamos. Os que os outros nos provocam.
Destes, para mim o mais recorrente é o de pessoas quererem me enterrar viva.
Não sei o porquê. Quer dizer, suponho. Apenas.
Fico quieta, não me interesso pela vida alheia. Há muito deixei de dar conselhos, cada um viva como quiser.
Tudo tem um preço, mas as pessoas insistem em não acreditar nisso.
Depois, reclamam daquele erro cometido, daquela omissão ou daquela agressão, nem sempre física, muitas vezes psicológica.
Tenho medo, não. Dificilmente, fico calada nas horas de opinar, embora já me dê o direito de não opinar por aquilo que não vale a pena.
Meu trabalho, por exemplo. Vale.
E falo, como se diz no interior, para dedéu. (Quer dizer, muito).
Educação é função difícil de se exercer. Todos que não a exercem são especialistas. Desprezam as posições de quem nela vive, anda, dorme e sonha. É um negócio extremamente lucrativo para uns. Para outros, nem tanto.
Essa semana o Ministro do Superior Tribunal Eleitoral, no ato de posse, disse que falta Educação no país, pois se houvesse, algumas das mazelas de hoje não existiriam.
Verdade.
Como também o é que os problemas da Educação não são novos. As soluções abundam, mas na hora das ações, concretizá-las é o lado perverso da moeda. Nem sempre acontece, nem sempre são eficazes.
Educação é ciência, é coisa séria. Ser professor não é para qualquer um. É necessário ter uma consciência social ampliada, rejeitar ações que promovam desigualdades, é lutar pelos alunos da escola pública, estes tão necessitados tanto de pão como de letras.
E quando se fala em Educação, inevitável não se falar em dificuldades, em desafios. É nosso pão diário. E em meio a crises, soluções mirabolantes aparecem a granel.
Assim, não podemos esperar morrer para saber o que é inferno. Sabemos sempre quando "os especialistas" falam. Um deles, estes dias, disse que afinal, as crianças da Educação Infantil vão ter contato com as letras, porque receberão livros didáticos. Sandice!!!!

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