sábado, dezembro 16

O sal do meu rosto

"E eu que não quero mais
ser um vencedor
levo a vida devagar
só para não faltar amor..."
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"É de mágica
Que eu dobro a vida em flor
Assim!
E ao senhor de iludir
Manda avisar, que esse daqui

Tem muito mais amor pra dar". (Vencedor; É de lágrima - Los Hermanos)
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Não sei se ainda há amor para dar aos que vez por outra cravam um punhal ferozmente na minha jugular, esperando-me sagrar até morrer qual carneiro numa imolação sagrada;
Não sei se ainda há paciência para caminhar nesse caminho há tempos escolhido, sabendo-me das dificuldades, do dinheiro minguado, mas com um ideal a cumprir na perseguição de um sonho utópico;
Não sei o quanto ainda há de mim naquilo que hoje realizo depois de tantos furtivos roubos, das ameaças sutis às minhas crenças, àquilo que realizo arduamente todos os dias.
Ainda choro e vou chorar ainda, mesmo passada a dor inicial. Ficará a lembrança da omissão dos que se calaram, ficará o ruído insensato dos que apoiaram o erro por medo, ficará a martelada contínua dos que mentiram.
Mas, também ficará o conforto dos que impotentes souberam me abraçar, ficará a solidariedade dos que indignados quiseram erguer vozes e mãos ao meu lado.
Ficará minha alma por inteira. Porque, ainda assim, sou jatobá, corpo que se dobra, mas não se quebra, porque o dia se constrói a cada dia.
(Escrevo ao som de Vangelis tocando To the unknown man. Possivelmente um tema descrevendo o quanto o homem é o lobo do homem).

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